contato@pactorural.com.br | (69) 3322 1419

A importância da análise ambiental antes de adquirir uma propriedade rural.

Close Up Of Farmer Using Digital Tablet On Organic Farm

Diz um ditado popular que “quem compra terra, não erra!”

Que atire a primeira pedra quem nunca ouviu algo parecido com esta frase acima. Mas, tome cuidado. Atualmente, comprar terras em áreas de Amazônia Legal Brasileira pode se tornar um problema para o resto da sua vida, caso esta negociação não seja acompanhada por um profissional competente para isso: um Engenheiro Florestal.

Vamos começar do início, para que fique muito clara a dimensão do problema em que você pode se meter, caso não tome as devidas precauções, inclusive a imputação de crimes inafiançáveis (prática, estímulo e/ou financiamento de crimes ambientais).

Exemplo: adquirir uma área desmatada de forma irregular (mesmo que você não saiba disso) é considerada uma prática que financia e estimula o desmatamento ilegal. Além de ter que investir na recuperação da área desmatada, poderá enfrentar um processo de danos morais coletivos, cuja multa pode chegar a R$ 20 mil reais por hectare desmatado.

Em todo o mundo está surgindo um novo perfil de consumidor, que vem mudando paulatinamente, sendo orientado por questões ligadas à sustentabilidade do seu consumo no dia-a-dia, assim como a sensibilização de que suas atitudes podem impactar de forma positiva ou negativa o planeta.

Como baluarte desta nova orientação, a ONU – Organização das Nações Unidas é a mais importante entidade internacional, a qual reúne países voluntariamente com a intenção de promover a paz, a cooperação e o desenvolvimento mundial. E, para nortear o desenvolvimento sustentável, foram estabelecidos os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS, que são compostos por 169 metas. Estes objetivos e metas são o que compõe a Agenda 2030, a qual o Brasil é signatário e muitas de nossas exportações estão sujeitas à esta Agenda.

Alinhado com estes objetivos e sendo um dos principais produtores de alimentos do mundo, o Brasil monitora diuturnamente a Amazônia brasileira. O desmatamento da região amazônica tem o potencial de acarretar grandes perdas da biodiversidade de fauna e flora.

Segundo dados do INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, entre os anos de 2020 e 2021, houve um incremento de 32% nas áreas desfloradas no estado de Rondônia, análise feita pelo projeto PRODES – Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia.

O projeto PRODES conta com a colaboração do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), e está inserido como ação do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) no Grupo Permanente de Trabalho Interministerial para a redução dos índices de desmatamento da Amazônia legal, criado por decreto presidencial de 3 de Julho de 2005. O projeto realiza o monitoramento por satélite do desmatamento por corte raso na Amazônia Legal e produz, desde 1988, as taxas anuais de desmatamento na região, que são usadas pelo governo brasileiro para o estabelecimento de políticas públicas.

Claro, não existem somente o PRODES. Também existem as análises realizadas pelos órgãos fiscalizadores em nível municipal, estadual e federal, os quais têm o poder de embargar o imóvel rural, impossibilitando qualquer venda formal de produção agropecuária ou mesmo movimentação de animais para a área ou a partir desta área (mesmo que com destino a uma propriedade totalmente regularizada).

Imagem 1. Mapas de embargos do IBAMA (a) e PRODES (b) na região centro-norte do Estado de Rondônia.

a)

b)

Mas, afinal, no que isso implica na hora de adquirir um imóvel rural?

Atualmente, o que estamos discutindo entre consumidores e setor produtivo rural, não é responder ao questionamento: “o que eu ganho a mais se eu seguir todas estas regras?”. Não! O que está em jogo é simplesmente ter o direito de continuar vendendo seus produtos. Afinal, as principais companhias só adquirem produtos de origem totalmente legal, em função da exigência de seus clientes, conforme já falamos.

As indústrias e grandes tradings têm assumido papeis de governança (coordenação da cadeia) nestas questões climáticas, afinal, controlam as compras. Em um horizonte mais além, países, estados e munícipios também estão aderindo e se adequado à Agenda 2030.

Todas estas análises de áreas a serem adquiridas para produção devem estar respaldadas em acordo com o Novo Código Florestal Brasileiro, estabelecido através da Lei Federal nº 12.651 de 25 de maio de 2012.

Outra situação que encontramos bastante entre nossos clientes, é o fracionamento irregular da terra e a tentativa de comercialização de áreas destinadas à reforma agrária. Situações estas que podem tornar o processo muito complexo, e por vezes, inviável e/ou ilegal.  

Compartilhe este conteúdo!

Leia também!